“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mateus 24:42).

VE - Sociedade do "Botão": Uma nova Epidemia?

A sociedade sofre mudanças repentinas em seu formato, são mudanças que englobam e transformam a rotina de milhões de brasileiros; os fatores são diversos, podendo-nos citar como foco o aumento ou a diminuição da renda da população e consequente mudança nos hábitos de consumo de alimentos, outro ponto indica a influência do ambiente social, econômico e político deste cotidiano, situações específicas que geram um aumento considerável nos índices amostrais de indivíduos que que já demonstram o reflexo destas mudanças em suas vidas; no Brasil, pesquisas indicam que um em cada dois adultos e uma em cada três crianças estão acima do peso ou obesas. Parece óbvio, mas, sabemos que as mudanças cotidianas, ao longo das décadas, nos trabalhos mais comuns como também nos mais complexos nos foram facilitadas pelos avanços tecnológicos e estruturais, quem já não ouviu da avó, ou mãe: "para lavar roupa andávamos 2 horas", "para ir a escola, andávamos 7 km", "para sua avós passar roupa, ela tinha que buscar a lenha, fazer a brasa além de usar aquele ferro pesadíssimo", estas e outras afirmativas passadas foram engolidas pelo termo "evolução", é destes e outros tantos mais fatos que surge o nosso tema: somos a Sociedade do Botão.
O termo surge pela simples análise retórica das afirmações que fizemos acima, não temos mais "dificuldades", como também não dispomos mais da mesma "disposição", antes, extremamente necessária por não haver outra forma de se realiza-las, isto tratando-se de simples atividades diárias da rotina de nossas vidas, poderíamos dizer que somos da geração "fast", "new"; somos punk´s, grunge´s, rockeiros, pagodeiros, sertanejos e até mesmo funkeiros; mas na verdade somos a geração do botão, não levantamos mais para trocar de canal da televisão, fazemos comida no micro-ondas, lavamos roupa na máquina as enxugamos em outra, conversamos, amamos, viajamos e até mesmo nos realizamos com simples toques em botões de iphones, ipads e ibooks. mas esquecemos de viver. Desta forma, estaria eu aqui afirmando ser contra o avanço tecnológico, de forma alguma este é meu foco, vejo que deixamos de adaptar a evolução tecnológica em nossa rotina do viver, ocupamos todo espaço de atividades "físicas" necessárias, por outras ocupações, na última Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada nos anos de 2008/2009 pelo IBGE demonstra que metade da população adulta tem excesso de peso, e desses, 15% já estariam no grau mais grave, ou seja, de obesidade, e entre as crianças, um terço já está com excesso de peso. As crianças, não brincam mais de "amarelinha", "pique-esconde", "bet´s", não jogam queimada e voley nas ruas, pouco brincam de algo que as faça transpirar, o momento é gasto com whats up, facebook dentre outras dezenas de aplicativos de moda, jogos e "auto controle social", um mundo onde ela pode ser o que e quem ela quer, esta virtualização das relações sociais na construção da amizade ou do próprio amor ocorre sem muitos obstáculos, e quando não satisfeitas ao ego são rapidamente substituídas por outras como se fossem apenas informações sem valores.
Deste foco, realizada uma pesquisa com a amostragem de 1.521 crianças na faixa etária entre 6 à 12 anos pela revista infantil Highlights,  de origem norte-americana, demonstrou que 62% das crianças do estudo reclamam que os pais estão distraídos demais para ouvi-los, e o principal motivo esta ligado ao uso de celulares, outro fato interessante é que em 28% dos casos, os pais e as mães estavam tão entretidos com o aparelho que mal prestavam atenção aos filhos, de forma que os mesmos ficavam sem respostas por muitas vezes de algum questionamento,  todas esta tecnologia juntas, celulares, TV’s, smartphones e tablets foram a causa desse distanciamento entre filhos e pais em 51% dos casos, um destrocamento das relações sociais intra-familiares.
O resultado da mudanças das relações sociais é devastadora, doenças cardiovasculares, psicológicas, psiquiátricas passarão a serem o "foco" da vez, pois a "sociedade do botão", descartará relacionamentos com um "del" do contato, e segundos depois estará restabelecendo relacionamento com outro (a), continuará se utilizando das facilidades modernas tecnológicas, mas não adicionará nenhuma atividade física ao cotidiano, ira realizar de forma "fast" a sua alimentação, não tendo o problema de ter que prepará-la de forma artesanal ou como queira "saudável", chupará uma bala, ao invés de uma uva, comerá uma bolacha ao invés de descascar uma laranja, entrará de cara em um brigadeiro ou invés de ter que cortar uma melancia e beberá refrigerante ao invés de fazer um doce e natural suco, afinal a "sociedade do botão", prefere a facilidade.

Fonte: IBGE


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