“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mateus 24:42).

VE - Mulheres Assassinas: Qual motivação?

"Soa" aos ouvidos estranhamente noticias cotidianas de assassinatos sendo cometidos por mulheres, em um estudo realizado na Universidade Penn State Harrisburg Pensilvânia traçou-se perfis que se tornaram surpreendentes de executoras destes crimes hediondos. O estudo foi coordenado pela Dra. Marissa Harrison, profissional da área da saúde com atuação na área de psicologia evolutiva; em seu estudo a professora analisou o perfil previamente triado de 64 assassinas em série, que atuaram nos Estados Unidos entre os anos de 1821 à 2008 e se surpreendeu com o perfil encontrado perante o estudo. 
Revela que em sua maioria são mulheres de classe média,  e com a faixa etária girando entre  idades de 20 e 30 anos,possuidoras de um nível de formação superior,inteligentes,casadas e cristãs, muitas atuavam no campo profissional como professoras, babás, enfermeiras ou donas de casa – áreas que permitem fácil acesso as vítimas que por si se tornavam vulneráveis; um perfil tão comum que poderia descrever boa parte da população feminina do país.
Uma análise mais aprofundada das motivações, métodos e características das vítimas revela ainda grandes diferenças entre os assassinatos em série praticados por homens e por mulheres; à imagem de "sujeito comum" perde totalmente o foco no processo.

"Em estudos anteriores quanto ao motivo, há indicativos de que os assassinos em série do sexo masculino costumam matar motivados por sexo, nós descobrimos que as serial killers mulheres matam por dinheiro ou poder", observa.

"Do ponto de vista evolutivo, isso não me surpreende, faz sentido que os homens busquem satisfação e as mulheres busquem recursos", cita Doutora Harrison.

A forma a qual são executado as mortes revela também diferenças no "modus operandi" escolhido entre os sexos, entre o sexo masculino muitos crimes costumam envolver estrangulamento, armas de fogo ou ferimentos com faca, entre as realizadas pelo sexo feminino os métodos mais usado são envenenamento e asfixia.



"Há teorias que dizem que elas escolhem esses métodos por serem parecidos com a morte natural e tornar mais difícil que seus crimes sejam descobertos", observa.

"São métodos menos brutais que outros, só depois que a terceira ou quarta vítima morre em circunstâncias suspeitas é que começam a despertar desconfiança", cita Doutora Harrison.


Outro fato a ser observar que diferenciam os crimes executados pelo sexo  masculino e feminino é em relação ao conhecer pessoal com às vítimas, em relação aos assassinos em série do sexo masculino eles não conheciam suas vítimas na maior parte dos casos, as mulheres analisadas no estudo conheciam todas ou a maioria das vítimas, muitas delas sendo bem próximos como membros da família, crianças, idosos ou doentes.

"As pessoas próximas das mulheres serial killers correm risco, especialmente aquelas que são mais vulneráveis", ressalta Harrison.

A versão final do estudo,  foi divulgado pela publicação científica The Journal of Forensic Psychiatry and Psychology, a equipe liderada por Harrison se debruçou durante um ano sobre relatos de crimes publicados na imprensa desde o século 19, para tal, a  definição de serial killer para se encaixar no seu estudo deveriam obedecer alguns critérios; o fundamental era que as mulheres tinham de ter cometido três ou mais assassinatos com um intervalos de pelo menos uma semana entre cada morte; deste modo a amostra desta triagem levou à 64 nomes, o que a Dra Harrison considera uma boa amostra, já que não há muitas pesquisas sobre o tema nos Estados Unidos, apesar de estimativas indicarem que a cada seis seriais Killers em atividade hoje no EUA um é mulher.


"Antes desse estudo, eu sabia o nome de vários assassinos em série, mas não de mulheres serial killers. Eu só conseguia lembrar de Aileen Wuornos", diz Harrison.


Wuornos, que dizia "odiar seres humanos", matou pelo menos sete homens entre 1989 e 1990 é muitas vezes citada como a primeira mulher serial killer dos EUA.
Os resultados apontam que cerca de 40% das serial killers analisadas sofriam de algum tipo de doença mental, bem apessoadas, muitas eram atraentes "acima da média", o que pode ser considerada como uma das possíveis explicações para o fato de que as mulheres serial killers levam em média oito anos até serem descobertas, o dobro da média registrada entre assassinos em série do sexo masculino.


"Alguns pesquisadores observam que homens tendem a se vangloriar de seus crimes, ao contrário das mulheres, o que pode ser uma explicação. Mas acho que o fato de serem atraentes também tem um papel, as pessoas tendem inicialmente a pensar coisas boas de quem é bonito", observa Dra.  Harrison.

As autoridades questionadas demonstram que como fator negativo, segundo a pesquisadora, é a dificuldade de acreditar que mulheres possam cometer atrocidades.


"Talvez simplesmente ainda não estejamos prontos para aceitar que mulheres seja capazes de cometer crimes tão hediondos", cita Dra Harrison. 


O estudo em questão expõe de forma direta diversas facetas da importância do trabalho multidisciplinar entre as polícias judiciárias e administrativas juntamente com as áreas das ciências, o importante papel  da psicologia, da psiquiatria, da neurologia e neurociência irá mudar o modo de olharmos e analisarmos os crimes e nos ajudar a elucidá-los,  todas as demais ciências tem muito a acrescentar no trabalho do mundo jurídico.



Fonte: Universidade Penn State Harrisburg

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