“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mateus 24:42).

Vigilância Ambiental: Acidentes com Caravelas e Aguas Vivas : CUIDADO !

As espécies mais comuns do Brasil são a Chiropsalmus quadrumanus e a Tamoya haplonema, outras espécies podem ser encontradas no litoral Brasileiro um exemplo é a Tamoya haplonema que é mais comum em regiões de mar aberto, geralmente são encontradas, flutuando na superfície da água mas podem ser encontradas na areia da praia.
Os acidentes mais importantes ocorrem devido às classes Hydrozoa  (caravelas)Scyphozoa  (águas-vivas). As caravelas apresentam um balão flutuador de coloração azul-purpúrica, de onde partem inúmeros tentáculos. A caravela do Oceano Atlântico é a  Physalia physalis que atinge 30 cm de comprimento do corpo e pode ter tentáculos de 30 metros. A freqüência dos acidentes é maior no verão, quando  podem atingir a praia em grande número,
provocando centenas de  acidentes. 

A caravela ( Physalia) é sem dúvida a responsável pelo maior número e pela maior gravidade dos acidentes desse gênero no Brasil.
Geralmente quando nos acidentamos estamos no mar (água-salgada) a primeira impressão é sentir a pele ardendo como se estivesse sido queimada é um  sinal de que você encostou em uma água-viva e por isso sua pele sofreu esta queimadura.

O que fazer para queimaduras de águas-vivas?

Lavar a região queimada com água doce é causar ainda mais DOR e piorar o quadro, pois vai causar mais queimadura , NÃO é a melhor forma de tratar as queimaduras por águas-vivas. A água doce faz com que as bolhas tóxicas existentes na água-viva estourem, o que deixa a queimadura ainda pior.

Tratamento

O tratamento de casos de acidentes com celenterados deve ser supervisionado por um médico, e inclue as seguintes etapas:
 
Fase 1  - repouso do segmento afetado.
Fase 2 - retirada de tentáculos aderidos: a descarga de nematocistos é  contínua e a manipulação errônea aumenta o grau de envenenamento. Não usar água doce para lavar o local (descarrega nematocistos por osmose) ou esfregar panos secos (rompe os nematocistos). Os tentáculos devem ser retirados suavemente levantando-os com a mão enluvada, pinça ou bordo de faca. O local deve ser lavado com água do mar.
Fase 3  - inativação do veneno: o uso de ácido acético a 5% (vinagre comum), aplicado no local, por no mínimo 30 minutos inativa o veneno local.
Fase 4  - retirada de nematocistos remanescentes: deve-se aplicar uma pasta de bicarbonato de sódio, talco e
água do mar no local, esperar secar e retirar com o bordo de uma faca.
Fase 5  - bolsa de gelo ou compressas de água do mar fria por 5 a 10 minutos e corticóides tópicos duas vezes ao dia aliviam os sintomas locais. A dor deve ser tratada com analgésicos.

O uso do ácido acético, ou Vinagre, para tratar queimadura de água-viva está absolutamente correto, pois seu pH ácido ajuda a deixar o veneno inativo.


Excessão:


O lago conhecido como Jellyfish Lake é localizado na ilha Eli Malk  na República de Palau, milhares de anos atrás essa espécie de água-viva ficou presa em uma bacia natural da ilha (quando o mar recuou), sem a presença de predadores naturais (Seleção natural)  a raça evoluiu para uma nova espécie que perdeu a capacidade de defesa, desta forma é  possível gravar um vídeo nadando entre elas, sem levar queimaduras. 


JELLYFISH LAKE from Sarosh Jacob on Vimeo.


Fonte:

  1. Burnett JW, Calton JG, Burnet HW. Jellyfish envenomation syndromes. JAAD 1986;
    14(1):100-6.
  2. Burnett JW, Calton JG, Morgan RJ. Venomous celenterates. Cutis 1987; 39: 191-2.
  3. Haddad Jr V, FranÁa FOS, Wen FH et al. Acidentes provocados por Celenterados: aspectos
    clÌnicos e terapÍuticos. In Bras Dermatol 1997;  72(2):206-210.
  4. Halstead BW, Auerbach PS, Campbell D. A Colour Atlas of Dangerous Marine Animals. 1™
    ed. England: Wolfe Medical Publications; 1990.
  5. Ihering RV. Da Vida de nossos animais. 5™ ed.  Rotermund: Casa Editora;  1967.

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