“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mateus 24:42).

Vigilância Sanitária: Ácaros: inimigos invisíveis.

Dermatophagoides pteronyssinus
Os ácaros são artrópodes microscópicos, que vivem de 2 a 4 meses, de modo que suas fêmeas colocam entre 20 a 50 ovos por mês, o desenvolvimento dos ácaros se dá em condições de umidade associado a  a temperatura de cerca de 20 graus Celcius, em altitude acima de 1.200m, os ácaros não sobrevivem, a preferência por ambientes escuros e úmidos são características destes animais que se  alimentam de restos de comida, fungos, insetos e, principalmente, dos resíduos da descamação da pele humana (escamas de nícolas) e de outros animais, no caso do homem, são deixados em travesseiros, colchões, roupas, entre uma série de outros lugares, calcula-se que o humano chegue a perder de 1 a 1.5 gramas de pele ao dia, portanto, para se alimentar os ácaros se alojam nesses locais, onde os níveis de temperatura e umidade são bons e os restos celulares são permanentes o que chegará alimentar cerca de 1 milhão de Ácaros, os ácaros do pó domiciliar são visíveis apenas ao microscópico e medem entre 200 e 500 micrômetros.
No Brasil, os ácaros são os principais responsáveis por quadros de alergia respiratória como rinite alérgica e asma. As principais espécies relacionadas a esses casos são o Dermatophagoides pteronyssinus, D. farinae, Euroglyphus maynei e Blomia tropicalis.
Dermatophagoides farinae
É um grande causador de processos  ALÉRGICOS, mas a particulariedades neste processo torna ainda mais interessante o seu fundamento.
Da mesma forma que os Ácaros procuram estar alojados nos locais de maior calor e umidade, neste mesmo, obviamente, eles depositam suas fezes, estima-se que em cerca de 1 grama de poeira se encontre cerca de 5.000 ácaros, sabendo que cada um deles produz cerca de 35 bolotas fecais diariamente, de modo que suas excreções podem ultrapassar 200 vezes o seu peso inicial durante toda sua vida, estudos apontam que em 4 anos o peso de um colchão pode aumentar em até 20% por causa da proliferação e do acúmulo de dejetos dos Ácaros.  O processo alérgico se dá pela presença da matéria mucosa dessas fezes entranha-se nos materiais como os travisseiros, colchas etc, e, com o tempo, se decompõe em partículas de tamanho bastante reduzido, que acabam sendo dispersos na na poeira doméstica, com a movimentação do ar, uma parte dessas partículas é lançada no ar ambiente, atingindo a mucosa respiratória dos seres humanos e desencadeando os processos ALÉRGICOS nestes, é válido lembrar que não somente as fezes desses animais mais também suas carcaças provocam alergias nos seres humanos, nas estações mais secas do ano, a incidência deste processos alérgicos são muito menores visto que muitos desses artrópodes encerram seu ciclo de vida.
Blomia tropicalis
 Estes seres diminutos têm explorado uma incrível variedade de habitats devido a sua pequena dimensão, que na sua maioria são de tamanho microscópicos, o que os torna serem são raramente notados no nosso dia-dia
Uma grande parte destes  ácaros vive livremente no solo ou na água, mas também são encontrados espécies  que vivem como parasitas de plantas, como em animais vertebrados e invertebrados. 
Para se ter uma idéia da grandiosidade desta ordem calcula-se que existam por cerca de 48.000 espécies diferentes de ácaros, isto das que já foram descritas a qual representam frente a sua totalidade uma pequena fração diante da diversidade total de ácaros existentes no mundo, esta é a afirmação dada pelos acarologistas.
Conforme dito, além dos ácaros domésticos à existencia dos ácaros que parasitam o homem, o exempro são dos que atimgem os folículos pilosos e as glândulas sebáceas, como o Demodex folliculorum, provocando a formação de cravos, como também os que atimgem as áreas cutâneas, como o Sarcoptes scabiei, o famoso causador da sarna humana. 
São responsáveis também por causarem grandes perdas agrícolas, como o ácaro vermelho das palmeiras , Raoiella,  o ácaro hindu dos citrus, Schizotetranychus hindustanicus e o ácaro da erinose da lichia, Eriophyes litchii, como também Tetranychus evansi que ataca os Tomateiros.
O tratamento da alergia causada por ácaro começa pela prevenção, é recomendado que se faça a higenização regular dos colchões, cobertores e travesseiros com água quente, como também deixa-los ao Sol, é imprescindível que os doentes asmáticos e alérgicos sejam  aconselhados a evitar travesseiros de pena devido à maior presença destes seres, a orientação clínica deve ser feita por médico como também a orientação do uso da medicação, vale lembrar que muitos dos, anti-histamínicos influenciam na "orientação" do paciente, influenciando no processo de "atenção", o seu uso deve ser colocado frente aos processos diários de trabalho para que não haja incompatiblidade,  são úteis  na redução de sintomas alérgicos como a coceira, espirros, vermelhidão nos olhos, nariz escorrendo e congestão nos pulmões.

As medidas preventivas de evicção para os ácaros domiciliares reduzem os sintomas clínicos e são o primeiro passo no tratamento de doentes alérgicos aos ácaros. Destas medidas fazem parte:

  • arejamento diário dos quartos;
  • exposição ao ar e ao sol dos colchões, edredons e almofadas;
  • lavagem frequente a 60 °C dos colchões, edredons e almofadas;
  • aspiração regular e frequente dos colchões e tapetes com aspiradores munidos de filtros HEPA;
  • tratamento de colchões e tapetes com acaricidas;
  • utilização de coberturas antiácaros nos colchões, travesseiros, edredons e almofadas;
  • evicção de animais domésticos;
  • remoção de alcatifas (carpetes);
  • lavagem semanal dos bonecos de pelúcia;
  • manutenção de uma atmosfera seca no interior das habitações (umidade relativa a 50 a 60 % e temperatura entre 18 e 20 °C);
 Neste e demais invernos, vamos nos cuidar !

Fontes: 
  1. A Manual of Acarology. 3rd ed. [S.l.]: Gerald W. Krantz & D. E. Walter, 2009.
  2. Murrell, A.; Dobson, S.J.; Walter, D.E.; Campbell, N.J.H.; Shao, R.F.; Barker, S.C. (2005). "Relationships among the three major lineages of the Acari (Arthropoda : Arachnida) inferred from small subunit rRNA: paraphyly of the parasitiformes with respect to the opilioacariformes and relative rates of nucleotide substitution". Invertebrate Systematics 19 (5): 383-389.


3 comentários:

  1. Boa tarde Flávio. Estou retribuindo a sua visita para lhe agradecer pelas palavras de apoio; Também para lhe dizer que aceitei a sua ideia e fiz um pequeno banner do blog. Caso você queira divulgá-lo, é só copiar o código que deixei disponível, na side bar(lado direito) do meu blog no final da página. Saiba que eu não tinha um banner e o criei graças a sua sugestão. Me envie também o do seu espaço, que será um prazer divulgá-lo, ok?
    Me desculpe não enviar diretamente o código por aqui, mas tentei fazer isso e a mensagem foi recusada por causa do código.

    Um grande abraço e mais uma vez obrigado.

    Alexandre

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde Flavio. Obrigado pelas suas participações e comentários no blog. Estou com problemas de conexão e usando um acesso alternativo até resolve-los, mas já coloquei o seu banner nos "recomendados". Quando minha conexão estiver ok nos falamos mais.

    Abração,

    Alexandre

    ResponderExcluir
  3. Dúvida, de onde vem a referência "escamas de nícolas"? Estou procurando a origem deste termo.
    Agradecido!

    Atenciosamente,
    Americo Lobo Neto

    ResponderExcluir