“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mateus 24:42).

Vigilância de Alimentos: Aflatoxina, você sabe o que é ?

Aflatoxinas são  micotoxinas produzidas por muitas das espécies do fungo Aspergillus.
Estas substâncias são tóxicas, o mecanismo é simples; ligando-se ao DNA das células provoca uma inibição da replicação do DNA. 
Estas micotoxinas são consideradas como responsáveis por lesões hepáticas de natureza cancerígena que se manifestam em animais alimentados com rações contaminadas. As aflatoxinas foram identificadas pela primeira vez na década de 1960 na Inglaterra. Isolou-se então o fator tóxico através de cromatografia, observando-se fluorescência azul (B) e verde (G) sob luz ultravioleta, caracterizando o nome dado às aflatoxinas.
O fungo Aspergillus encontra-se bastante disseminado na Natureza, afectando diversos tipos de culturas agrícolas. Estas tornam-se então uma fonte primária de contaminação; as aflatoxinas podem encontrar-se também no leite de animais que consumam alimentos afectados, bem como em amendoins contaminados.
As aflatoxinas têm sido o grupo de micotoxinas com mais resultados positivos relatados no mundo inteiro: amendoim, milho, semente de algodão, centeio, sorgo, trigo, cevada, nozes, ervilha, semente de girassol, aveia, arroz, painço, castanha do Pará, copra, pistache, avelãs, soja, leite e produtos lácteos, ovos, algumas frutas secas e chás. 
O crescimento e a multiplicação dos diferentes grupos de fungos produtores de micotoxinas dependem de condições externas favoráveis e nutrientes adequados. A fonte de carbono (tipo de açúcar, ác. graxo, etc.) é importante, assim como a fonte de nitrogênio, o pH e a presença de íons metálicos. Isto explica porque determinado tipo de fungo cresce melhor em um alimento do que em outro, ainda que as condições externas como luz, temperatura e umidade sejam semelhantes.
O milho e o amendoim são especialmente suscetíveis à contaminação por fungos produtores de aflatoxinas por possuírem uma composição ideal de nutrientes.
A exposição a altas concentrações de aflatoxinas produz graves danos no fígado, tais como necrose, cirrose hepática, carcinoma ou edema. 
Após a lesão hepática causada por Aflotoxina B1 (assim como álcool, hepatite B e C), ocorre necrose seguida de proliferação de hepatócitos. Ciclos contínuos desta situação promovem uma condição de doença crônica do fígado que culmina na cirrose hepática (ativação das células estreladas do fígado e início da produção de fibra colágena). Além disto, ocorre a formação de nódulos hepáticos anormais que, com a perda ou mutação do gene p53 associada com instabilidade genômica e reativação da telomerase, acabam por caracterizar o carcinoma hepatocelular.
A capacidade de absorção e processamento de nutrientes é gravemente comprometida, já a exposição crónica a níveis sub-críticos de aflatoxina não é tão grave, mas aumenta a probabilidade de desenvolvimento de cancro hepático.
Existem pelo menos 13 tipos diferentes de aflatoxina de origem natural. 
A aflatoxina B1 é considerada como sendo a mais tóxica, sendo produzida pelos fungos Aspergillus flavus e A. parasiticus. As aflatoxinas G1 e G2 são produzidas em exclusivo pelo fungo A. parasiticus. 
A presença de Aspergillus sp. em produtos alimentícios não é uma indicação segura de presença de aflatoxina, mas esses alimentos devem ser considerados como potencialmente perigosos.
 
Alguns tipos de aflatoxinas:

  1.     Aflatoxinas B1 e B2: produzidas por A. flavus e A. parasiticus.
  2.     Aflatoxinas G1 e G2: produzidas por A. parasiticus.
  3.     Aflatoxina M1: metabolito da aflatoxina B1 em animais, incluindo humanos.
  4.     Aflatoxicol
 
Espécies que produzem Aflatoxinas:

  1.     Aspergillus flavus
  2.     Aspergillus parasiticus
  3.     Aspergillus niger
  4.     Aspergillus nomius
 A DL50 (dose letal média – quantidade de uma determinada substância que é necessário ingerir ou administrar para provocar a morte de pelo menos 50% da população) para a AFB1 na maioria das espécies varia entre 0,5 mg/kg e 10 mg/kg.

A Vigilância em Saúde através da Vigilância Sanitária de alimentos, realiza uma busca por amostragem de possiveis produtos que podem estar contaminados com microorganismos como este, pouco se entende da intervenção da Vigilância Sanitária, mais a sua importância fica mais que demonstrada neste texto.

Referências Bibliográficas:

CALDAS, E.D; SILVA, S.C; OLIVEIRA, J.N. Aflatoxinas e ocratoxina A em alimentos e riscos para a saúde humana. Rev Saúde Pública.

Vigilância de Alimentos: Bolor ? Fungo no alimento ? Pode ?

Os bolores, também chamados de mofos,  são espécies de fungos pluricelulares filamentosos que se desenvolvem em matéria orgânica, possuem a capacidade de decompor a matéria orgânica.
Figura 01
 As Hifas infiltram-se nas matérias orgânicas (Figura 02) e suas células eliminam enzimas que as digerem, o resultado dessa digestão são substâncias mais simples que ficam no meio, em solução, e assim podem ser absorvidas em toda a superfície das hifas, o micélio aumenta, crescendo sem orientação e em todas as direções, quando bem desenvolvido, algumas hifas formam pequenas esferas geralmente escuras, visíveis a olho nu, cada uma com centenas de microscópicos esporos, quando se rompe a membrana de uma dessas esferas, os esporos ficam dispersos no ar e caem em qualquer lugar, é ai que dois fatores se presentes vão favorescer o crescimento e a disseminação de novos bolores,  aonde houver alimento disponível e umidade, os esporos germinam e formam novos micélios, e o processo se repete, infinitas vezes.

Figura 02
 É comum em nosso dia-a-dia encontrar no pão (Rhizopus stolonifer) quando não acondicionado de forma correta, a característica como na maioria dos demais mofos é deste bolor possuir um aspecto de algodão, quanto à coloração, podem assumir diversas colorações, principalmente os tons esverdeados, azulados, avermelhados e por diversas vezes com manchas esbranquiçadas.
Tenho certeza que você leitor, já deixou um pedaço de queijo em sua geladeira e que por um bom tempo, tanto que ele desenvolveu uma capa peluda e verde de fungo, ou pontos esbranquiçados.
Mas você está com fome – muita fome: A pergunta é, pode-se tirar a parte com estas marcas e comer o resto deste alimento?
O reino Fungi é um grande grupo de organismos eucariotas, cujos membros são chamados fungos, que inclui micro-organismos tais como as leveduras e bolores, bem como os mais familiares cogumelos.
É importante dizer que o fungo não é só aquela parte verde, branca, azul,ou seja lá qual for a cor, que conseguimos ver a olho nu, o que vizualizamos são apenas os esporos, normalmente o resto do fungo os galhos e as raízes como na figura 01 é bem mais difícil de ver e pode ter se propagado profundamente na sua comida, e sendo assim, cortar a parte podre da comida não vai impedi-lo de estar engolindo uma boa quantidade de fungo. 
A maioria dessas “criaturas” não são perigosas, mas sempre há aqueles que devem ser evitados, via de regra não façam este procedimento pois não se tem como "vizualizar" o risco
Os fungos possuem toxinas que podem causar problemas respiratórios e reações alérgicas, há estudos que indicam que uma dessas toxinas, especialmente, conhecida como aflatoxina é suspeita até de causar câncer.
As toxinas mais perigosas costumam estar presentes em fungos que crescem em grãos, costumam aparecer bastante no amendoim salgado que compramos pronto, quando este já passou do prazo de validade ou não foi preparado corretamente, mas também podem ser encontradas em frutas e no suco de uva.
 Existem também algumas espécies de mofos que são úteis aos seres humanos, os mais comuns sao os do gênero penicillium, estes mofos servem para os cientistas como base para a produção de antibióticos a penicilina (Penicilium notatum), usados para combater vários tipos de doenças, outros são usadas na fabricação de determinados tipos de queijos.
Alguns fungos podem causar doenças graves em humanos, várias delas fatais se não tratadas. Entre estas incluem-se aspergiloses, candidíases, coccidioidomicose, criptococose, histoplasmose, micetomas, e paracoccidioidomicose. Também as pessoas com imunodeficiências são particularmente suscetíveis a doenças causadas por géneros como Aspergillus, Candida, Cryptococcus, Histoplasma, e Pneumocystis. Outros fungos podem atacar os olhos, unhas, cabelo, e especialmente a pele, os chamados fungos dermatófitos e queratinófitos, causando infecções locais como dermatofitose e pé-de-atleta. Os esporos dos fungos são também uma causa de alergias, e fungos de diferentes grupos taxonómicos podem provocar reações alérgicas

Para manter os fungos longe de seus alimentos você deve:
  1. Cobrir os alimentos para que eles não entrem em contato com os esporos de fungo que o ar carrega,
  2. Refrigerar a comida apropriadamente,
  3. Comer sobras de, no máximo, três dias de “idade” – quando não forem congeladas

Referencias:

  1. Moore RT.. (1980). "Taxonomic proposals for the classification of marine yeasts and other yeast-like fungi including the smuts". Botanica Marine 23: 361–73.
  2. Howard RJ, Ferrari MA, Roach DH, Money NP.. (1991). "Penetration of hard substrates by a fungus employing enormous turgor pressures". Proceedings of the National Academy of Sciences USA 88 (24): 11281–84. DOI:10.1073/pnas.88.24.11281. PMID 183714

Vigilância Ambiental: Daboia Russelii - O poder do Venedo desta cobra.

Me encantei ao ver este vídeo, mostra de forma clara o estrago que faz o veneno desta cobra, aparentemente este vídeo foi produzido na Índia, e mostra de forma clara como fica comprometido o sistema sanguíneo em um suposto acidente, ao fim mostra como o sangue fica após a pessoa levar uma picada de cobra.

A cobra utilizada neste vídeo é uma cobra comum na Índia, causadora de uma grande taxa de acidentes trata-se de:

Classificação Científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Sub Filo: Vertebrata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Sub ordem: Serpentes
Familia: Viperidae
Sub familia: Viperinae
Genero: Daboia
Gray, 1842
Species: D. russelii

Disposição Geográfica:

Esta cobra é encontrado na Índia, Paquistão, Sri Lanka, Bangladesh, Nepal, Mianmar, Tailândia, Camboja, China (Guangxi, Guangdong), Taiwan e Indonésia (Endeh, Flores, no leste de Java, Komodo, Lomblen Islands, mais especificamente, esta seria na costa de Coromandelreferência por Russell (1796).
No vídeo as primeira imagens são do o pesquisador retirando o veneno da cobra, observem o tamanho das presas deste animal, são como agulhas e voltadas para o lado posterior, na segunda parte o cientista já de posse do veneno, pinga uma pequena gota, em uma amostra considerável de sangue humano, observem que em poucos minutos, o sangue coagula e fica com o aspecto de uma gelatina, imagine isto acontecendo dentro de suas veias, artérias e arteríolas ?


Veneno:

A quantidade de veneno produzido por espécimes individuais é considerável, o relatado para as amostras de adultos pode variar entre 130-250 mg a 150-250 mg a 21-268 mg. Para cobras mais jovens com um comprimento médio de até 79 cm, o rendimento médio foi de veneno 8-79 mg (média de 45 mg). 

O LD50 (LD = Letal Dose: Dose Letal) em ratos, que é utilizado como um indicador possível de toxicidade do veneno da cobra, é como se segue: 
  • 0,133 mg / kg por via intravenosa,
  • 0,40 mg / kg por via intraperitoneal , 
  • de 0,75 mg / kg por via subcutânea.

 Para a maioria dos seres humanos, uma dose letal é de cerca de 40-70 mg. Em geral, a toxicidade depende de uma combinação de cinco fracções de veneno diferentes, cada um dos quais é menos tóxica quando testados separadamente. A  toxicidade do veneno e os sintomas da mordida em humanos variam dentro de diferentes populações e ao longo do tempo, os sintomas começam com dor no local da picada, imediatamente seguido por inchaço da extremidade afetada, o sangramento é um sintoma comum, especialmente nas gengivas e na urina, escarro e pode mostrar sinais de sangue dentro de 20 minutos após a mordida.  
Há uma queda na pressão sanguínea, ritmo cardíaco, seguidos de formação de bolhas ocorre no local da mordedura, desenvolvendo ao longo do membro afectado, em casos graves, a necrose é geralmente superficial e limitada aos músculos perto da picada, mas podem ser graves em casos extremos. Vômitos e inchaço facial ocorrem em cerca de um terço de todos os casos, a insuficiência renal  também ocorre em aproximadamente 25-30 por cento das picadas não tratadas a coagulação intravascular disseminada grave também pode ocorrer em acidentes graves.  
A dor severa pode durar 2-4 semanas e localmente, pode persistir, dependendo do nível de danos nos tecidos, muitas vezes, inchaço local picos dentro de 48-72 horas, envolvendo tanto o membro afetado como os do tronco, como regra se o inchaço até o tronco ocorre dentro de 1-2 horas, possivelmente teremos o envenenamento maciço, a descoloração pode ocorrer em toda a área inchada com extravazamento de glóbulos vermelhos e plasma no tecido muscular. 
O óbito pode ocorrer pore septicemia, insuficiência renal, respiratória ou cardíaca no intervalo entrer 1 a 14 dias após a mordida, ou mesmo depois. ASSUSTADOR !






Referencias

  1.  McDiarmid RW, Campbell JA, Touré T. 1999. Snake Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference, vol. 1. Herpetologists' League. 511 pp. ISBN 1-893777-00-6 (series). ISBN 1-893777-01-4 (volume).
  2. ^ "Daboia". Integrated Taxonomic Information System. Retrieved 31 July 2006.
  3. ^ Oxford. 1991. The Compact Oxford English Dictionary. Second Edition. Clarendon Press, Oxford. ISBN 0-19-861258-3.
  4. ^ a b Whitaker Z. 1989. Snakeman: The Story of a Naturalist. The India Magazine Books. 184 pp. ASIN B0007BR65Y.

Curiosidades: Afinal, a Medalha de OURO OLIMPICA é de OURO ?

Em tempos remotos os prêmios que eram destinados aos vencedores Olímpicos eram simbólicos, por muitas vezes de uma simplicidade a qual o intuíto era somente de agraciar o vencedor, o maior valor era o simbolismo que o ato levava, materialmente era dado ao vencedor um ramo de louro que evoluiu ao longo do tempo passando para o ramo de oliveira e então finalmente à medalha  que até então era somente a de prata. 
A partir de 1904 foram introduzidos as "três medalhas" e este é o rito que segue até os dias atuais, sendo elas o ouro, a prata e o bronze. Apenas os oito anos seguintes deram ao vencedor medalhas de ouro 100% maciças, sendo estabelecido posteriormente pelo COI que cada medalha de ouro deveria ser confeccionada com prata dourada e no mínimo seis gramas de ouro puro.


Para os jogos Olímpicos de Londres 2012, as especificações para as medalhas ficaram da seguinte forma:

Medalha de ouro: 93% de prata, 06% de cobre e apenas 01% de ouro.
Medalha de prata: 92% de prata e 08% de cobre.
Medalha de bronze: 97% de cobre, 2,5% de zinco e 0,5% de estanho.

Para quem como eu não conhecia este fato, fica o toque !